terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A Gente Passa Mas Nem Repara

A gente passa mas nem repara
Na solidão que permanece acompanhada
Mesmo que nos vejamos cara a cara
Com a Alma baralhada
Sem sentidos ou emoções
Com o coração desregrado
Carregado de ilusões
Com o pensamento alado
Numa silhueta desnudada
De olhar petrificante,
Carne e pele iluminada,
Desejo berrante,
Proibição vetada, continuada
Contraste de peles e tons
Confusão e troca de mãos
Expressividade de sons
Multiplicidade de superfícies, chãos! 


Olhares de loucura e de exigência
Toques de mãos suadas
Com negação á intransigência
De corpos, almas, sombras deslumbradas
Desejosas, mas satisfeitas
Pelo máximo ego humano
Com movimentações perfeitas
Embrulhados no pano
Branco era e puro
Até que o havíamos deixado
No recosto, por seguro
Já de nódoas manchado,
Mas de mancha enraizada

Nos corpos, no tecido
Depois do Amor consumado
Com único pedido
Da permanência vital, lado a lado...

(9-12-2011)
António Ribeiro